Instrutor do tradicional curso de conselheiros de administração do IBGC há nove anos, Richard Doern estreou a plataforma de aulas on-line do instituto em meio à pandemia, no início de abril. De engenheiro de produção a uma carreira executiva e, atualmente, conselheiro de administração de empresas como Track & Field, Grupo Ráscal, Kinoplex e Hospitais Leforte, ele fala ao Blog de sua adaptação ao ambiente de ensino totalmente virtual. Em sua visão, trata-se de uma oportunidade de acelerar a disseminação da governança e de melhores práticas em conselhos de administração. Acompanhe:

IBGC: Quais os diferenciais do curso on-line para conselheiros de administração do IBGC?

Richard Doern: O curso é uma oportunidade de contato e discussão sobre governança com profissionais de todo o Brasil. Já tivemos alunos do Amazonas, do interior do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Brasília, Rio de Janeiro. Isso é muito rico, pois garante uma diversidade de experiências e realidades, sem toda a logística tradicional antes despendida nos cursos presenciais.

Quais os principais temas tratados pelo programa?

Falamos sobre o papel, a estrutura e os processos dos conselhos de administração. Também apresentamos conceitos de estratégia empresarial, decisões financeiras, recursos humanos e questões de ética e sustentabilidade, todos temas que um conselheiro deve acompanhar. O curso é indicado para profissionais c-level que pensam em exercer a atividade de conselheiro no futuro, para aqueles que já assumiram cadeira em conselhos nos últimos três anos e também para herdeiros de empresas familiares.

Como fica a questão do networking no ambiente on-line? 

Para reforçar o alcance das interações entre os nossos alunos, criamos nos cursos do IBGC a figura do mentor, profissional responsável por acompanhar as turmas da primeira até a última aula. Eu, por exemplo, sou mentor de três turmas diferentes. Por meio de grupos de WhatsApp, engajamos os alunos a trocar sugestões de leituras e organizamos happy hours virtuais em que discutimos de forma descontraída temas selecionados de governança. Também promovemos encontros on-line entre turmas de edições distintas do curso, para que as pessoas se conheçam e troquem experiências, e convidamos para os debates profissionais externos especiais. Em nosso próximo encontro, conversaremos com a co-fundadora do IBGC, consultora e conselheira de administração Sandra Guerra. A vantagem final desta nova plataforma é que vamos acelerar a disseminação da governança e de melhores práticas em conselhos de administração.

Como instrutor, quais foram suas impressões ante de um ambiente de ensino totalmente on-line? 

A retenção da atenção do aluno no ambiente on-line é diferente, mas sinto que aos poucos todos têm se adaptado e passado por um momento de aceitação do ensino virtual como nova realidade. Os alunos e o próprio IBGC compreenderam as facilidades desta opção, prova disso é que já estamos na quarta edição deste programa à distância. Muitas pessoas estão aproveitando o momento de quarentena para reciclar e atualizar seus conhecimentos. Além disso, por conta da crise, acredito que o IBGC se aproximará mais de entidades internacionais dedicadas à governança, atraindo também alunos estrangeiros para os nossos cursos. 

Qual a importância do curso diante da crise atual? Ele traz reflexões sobre a pandemia?

Penso que a principal reflexão oferecida pelo curso está na importância de se ter um bom conselho de administração, formado inclusive por conselheiros profissionais independentes, de mercado. As empresas estão enfrentando a crise atual com o apoio de seus conselheiros, que estão mergulhando na resolução dos problemas. Acredito que as empresas com bons conselheiros sairão melhores desse momento. A pandemia mais do que reforçou a necessidade de conselhos de administração experientes e bem preparados.