A pesquisa analisa a diversidade de gênero e raça nos órgãos da administração (conselhos e diretorias) e entre os empregados de companhias de capital aberto. O estudo está em sua quarta edição, mas nesse ano, houve uma ampliação do escopo de análise em relação às três edições anteriores, que só considerava diversidade de gênero na administração.
Essa alteração foi possível por meio da Resolução nº 59 da CVM, que exige a divulgação de todos esses dados nos Formulários de Referência, a partir de 2023.
A partir disso, as análises evidenciam que a diversidade de gênero na administração tem evoluído lentamente nos últimos anos e apresenta uma modesta representação feminina. A diversidade de raça é ainda menos observada. E há menor diversidade de gênero e raça em conselhos e diretorias, em comparação à diversidade entre os empregados.
Destacamos alguns dados para nosso leitor:
- Das 394 empresas analisadas, 82,7% têm alguma mulher atuando em órgãos da administração. No entanto, dos 6.323 cargos na administração analisados, apenas 15,8% são ocupados por mulheres.
- 67,0% das empresas têm mulheres no conselho de administração e 42,4% têm mulheres atuando apenas na diretoria.
- As mulheres ocupam, em média, 22,8% dos assentos dos conselhos de administração que têm pelo menos uma conselheira.
- Os conselhos de administração das empresas listadas no segmento básico apresentam a maior proporção média de mulheres (25,7%).
- Dos 3.231.643 empregados avaliados, 38,9% são brancos e a maioria de tais profissionais (56,2%) ocupa cargos de liderança.
- A maior concentração do gênero feminino está no Novo Mercado (41,8% dos empregados deste segmento).
São dados que implicam em uma reflexão por parte dos próprios administradores, reguladores e investidores sobre como promover o acesso dos grupos menos representados aos conselhos e diretorias.