IBGC discute evolução e realidade do setor de saneamento no Brasil

Fórum realizado em São Paulo teve o apoio da WomenCorporateDirectors (WCD)

  • 21/08/2019
  • Mayara Baggio
  • Eventos

A fim de contribuir com o recente debate nacional sobre privatizações e necessidades de desenvolvimento do setor de infraestrutura no país, o IBGC promoveu na quarta-feira (21 de agosto) seu primeiro fórum setorial com foco em saneamento básico, com apoio da WomenCorporateDirectors (WCD). Como signatário dos Objetivos de Desenvolvimento Social (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil se comprometeu a resolver a questão da universalização do saneamento até 2030.

Coordenador do Instituto Trata Brasil, Rubens Filho compartilhou dados sobre a carência do acesso a água tratada para 35 milhões de pessoas no país, número próximo ao tamanho da população do Canadá, e explicou como as questões de saneamento atingem outras áreas como saúde e educação. “Temos o equivalente a duas populações da Espanha sem acesso a coleta de esgoto no país, quase 100 milhões de brasileiros”, disse. Além disso, segundo ele, todos os dias são despejadas de forma imprópria na natureza cerca de 5,6 mil piscinas olímpicas de esgoto.

A presidente do conselho de administração da Sanepar, Marcia Carla Ribeiro, chamou a atenção da discussão para os papeis das esferas privada e pública envolvendo o tema. “Não basta que se mude um marco regulatório para que a situação dramática do Brasil mude”, criticou. Na avaliação de Maria Carla, por ser um assunto tão sensível, os conselhos de administração também devem assumir uma busca maior por conhecimentos jurídico, tecnológico, de inovação, acadêmicos e de diversidade para garantir qualidade e pluralidade ao setor.

A partir de sua experiência no governo federal, com passagem pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a especialista Karla Bertocco detalhou os desafios de levantamento de capital para projetos da área de saneamento. “Só vai ter condições de investir em um setor tão complexo aquele ente que tiver uma estrutura de governança muito sofisticada e segura. Por isso, o setor precisa melhorar sua segurança jurídica”, completou.

O presidente da Iguá Saneamento, Gustavo Fernandes Guimarães, reforçou por sua vez o risco que os entraves jurídicos podem representar para o setor. “No fim do dia, os executivos de saneamento ficam mais preocupados com seus advogados do que com o negócio”, finalizou.

O fórum contou com a mediação da diretora de Desenvolvimento do IBGC, Adriane de Almeida, e do ex-presidente da Sabesp e membro do conselho da Iguá Saneamento, Jerson Kelman.

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