Confira a programação da Jornada Técnica à China

A viagem proporcionará troca de conhecimentos e a construção de novas pontes entre o IBGC e instituições e empresas chinesas

  • 24/06/2024
  • Angelina Martins
  • Bate-papo

Pelo 26º ano, o IBGC promove a já tradicional Jornada Tecnica (JT), desta vez à China, entre os dias 27 de outubro e 6 de novembro.

Sempre com o objetivo de proporcionar aos associados a ampliação de conhecimentos e vivências sobre práticas internacionais de governança corporativa, o instituto já proporcionou jornadas técnicas para: Alemanha, Austrália, Canadá, EUA, França, Finlândia, Hong Kong, Inglaterra, Israel, Singapura e Suécia.

Para conhecer um pouco mais a programação da Jornada Técnica à China, segunda maior economia do mundo, o Blog IBGC convidou Daniel Lau, associado e um dos curadores do grupo de trabalho da JT. Acompanhe!

Blog IBGC: Qual a importância da China na economia mundial?
Daniel Lau: A China é a nação com o maior crescimento econômico dos últimos 25 anos e, no século 21, tem se destacado cada vez mais - é a segunda maior economia do mundo (em PIB nominal) e seu poder de compra por PIB (PPP) é o maior do mundo. A China é o segundo maior importador de bens, o maior consumidor mundial, e o que mais cresce; e é responsável por cerca de metade do consumo global de commodities. Podemos dizer que para muitas commodities globais, a China é o maior ou o segundo maior importador do mundo.

Ao longo das últimas quatro décadas, a China obteve resultados notáveis na redução da pobreza, através da sua reforma e abertura: o número de pessoas pobres no país caiu de 770 milhões no final de 1978 para 30 milhões no final de 2017. Neste período, mais de 740 milhões de chineses foram retirados da pobreza, em média quase 19 milhões de pessoas por ano, contribuindo em mais de 70% para a redução da pobreza global.

E há mais de 15 anos o país tem sido o principal parceiro econômico do Brasil. Em 2023, o comércio bilateral entre os dois países alcançou US$ 157 bilhões, sendo que as exportações brasileiras para a China atingiram US$ 104 bilhões, marcando o quarto recorde consecutivo, ou seja, é o maior valor vendido pelo Brasil para um só país em sua história.

O país está desempenhando papel de liderança na transição justa do mundo para as energias renováveis. Seu foco atual são os “Novos 3s”: indústrias de energia solar, veículos elétricos (EVs) e baterias. O investimento de mais de 890 bilhões de dólares em setores de energia limpa é quase tão grande como o investimento global total no fornecimento de combustíveis fósseis em 2023 – e semelhante ao PIB dos grandes países. Como resultado, os "Novos 3s" foram os maiores impulsionadores do crescimento econômico global da China, representando 40% da expansão do PIB, em 2023.

Vale destacar que outros setores como telecomunicações e equipamentos de TI, soluções de infraestrutura, logística, alta tecnologia - incluindo IoT, AI, e novos materiais - também cresceram ao longo dos anos. A China continua desempenhando papel importante na proteção da biodiversidade e na contribuição para a promoção da governação global da biodiversidade.

O que esperar da JT à China?
A nossa primeira JT à China será marcada por proporcionar experiência e aprendizado profundo sobre a China real, em termos de governança, inovação, tecnologia e visitas a empresas e instituições chinesas.

Cada vez mais delegações e missões empresariais do Brasil têm marcado presença na China e isso mostra a importância do país. Com essa perspectiva, a JT à China proporcionará a seus jornadeiros conhecimento único, ao longo de uma programação de visitas e interações nas cidades de Beijing, Shanghai e Shenzhen.

Eu morei e trabalhei na China por quase uma década e continuo realizando diversas viagens de negócios a cada ano. E em cada viagem continuo fazendo novos amigos, novas conexões, abrindo oportunidades de investimento e aprendendo como a transformação e a inovação têm mudado constantemente a sua economia e sociedade. Nos últimos seis meses já fui duas vezes à China e toda vez conheço um país cada vez mais tecnológico e habitantes ávidos por mais novidades e troca de experiências. Acredito que a JT, ao proporcionar troca de conhecimentos, permitirá a construção de novas pontes entre o IBGC e instituições e empresas chinesas.

O que motivou a escolha de Pequim, Shanghai e Shenzhen para as visitas?
A China possui 23 províncias, quatro municípios centrais, cinco regiões autônomas e duas regiões administrativas especiais; e mais de 700 cidades/municípios. Garanto que em cada uma delas encontraremos riqueza cultural e econômica. Por isso, digo que ela é extremamente grande em oportunidades de aprendizado.

Escolhemos as três cidades mais relevantes em termos de centros financeiros, econômicos, sede das empresas, tecnologia e inovação. De forma resumida, Beijing é o centro político e econômico, Shanghai é o centro financeiro, e Shenzhen é um dos mais avançados polos de tecnologia.

Há muitas outras cidades que se destacam fortemente neste cenário, como por exemplo Chengdu, Nanjing, Qingdao e Guangzhou - e cada uma delas possui fortes características econômicas, financeiras e de tecnologia. Mas fizemos um grande estudo para proporcionar a melhor jornada e nos concentramos nas três cidades.

Poderia destacar alguns pontos da programação?
Estamos montando a melhor programação possível e os desafios são muitos. Mas posso adiantar que visitaremos sedes de empresas globais, que já investem no Brasil. Teremos encontros com a academia, instituições e executivos.

Iremos conhecer mais sobre a iniciativa Cinturão e Rota (Belt and Road Initiative - BRI), estratégia chinesa de desenvolvimento global que completa 10 anos de existência, ultrapassando a marca de US$ 1 trilhão de investimentos acumulados, em mais de 2 mil acordos, contratos de construção e investimentos não financeiros. Essa iniciativa contribuiu para que, em 2023, o investimento não financeiro direto da China no exterior (ODI) chegasse a US$ 130,1 bilhões de dólares, um aumento de 11,4% comparado a 2022.

Para 2024, vejo um contínuo crescimento dos investimentos da iniciativa Cinturão e Rota, com foco nos setores de energias renováveis, mineração, novas tecnologias, infraestrutura, comércio e automotivo.


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