Web3 e Metaverso: uma nova era para a governança corporativa?

Em sintonia com a transformação digital, evento do IBGC debateu oportunidades da Web3 a longo prazo para os conselhos e suas organizações

  • 11/08/2022
  • Angelina Martins
  • Eventos

Realizada em 27 de junho, a palestra foi ministrada pelo Prof. Gil Giardelli (robotista e cientista chefe na 5era), que propôs aos participantes uma reflexão sobre a transição, desafios e oportunidades da Web3 e a evolução da internet, que torna os sistemas operacionais mais descentralizados e com maior controle pelo usuário.

De acordo com o professor, a questão se traduz na internet em NFT (sigla em inglês para Token não Fungível), metaverso, blockchain, nômades e gêmeos digitais em diferentes áreas como: agronegócio, indústria, finanças, medicina, mineração, arte, indústria e clima. Ele explicou que o impacto dessa questão reflete também na bolsa mundial ao vermos o conceito da criptomoeda LTC (Litecoin) concorrer com a Nasdaq.

A nova economia
O demonstrativo financeiro e o ano fiscal são importantes neste momento de avanço tecnológico, mas nunca se precisou tanto de conselheiros com pensamento a longo prazo, argumentou o estudioso ao acrescentar que o desafio é não ter somente financistas no conselho, mas seu equilíbrio com a inovação. Gil Giardelli visualiza uma pressão muito grande do mercado para se investir nas novas tecnologias, mas que é preciso cuidado porque, no momento, existem mais dúvidas que respostas: “Os conselheiros devem pensar bem, estudar, planejar antes de investir em tecnologia. Haverá pressão muito grande do mercado para se gastar com isso, mas é necessário tomar cuidado”.

Para exemplificar o novo direcionamento tecnológico nos negócios, o professor apontou que 44% do conceito de consumo de fast fashion vêm de uma única empresa cunhada no Web3, que nasceu na China há pouco tempo e, apesar de uma série de problemas envolvendo ESG, colocou, em 2021, um milhão de peças diferentes no mercado (a sua principal concorrente, 30 mil peças): “A empresa pôs seus algoritmos para assistir o que acontece nos principais eventos no mundo e assim produzir especificamente para cada região. Países e empresas serão construídos e desconstruídos pelo seu poder de análise da Web3. Isso acontece cada vez mais. Mas, antes de se falar em metaverso, tem que se entender a nova economia”, destacou.

Quem lidera esse novo mundo?
O professor aponta que a Ásia domina toda a cadeia de Web3 e justifica: “Nos últimos dez anos a China superou os EUA em patentes registradas e, em dois anos tornou-se líder em publicações e citações científicas de alto impacto. Em seu projeto de nação, a China separou 17 segmentos, entre os quais automobilismo, indústria metalúrgica, aviação e robótica, e está  usando blockchain em toda a sua cadeia de produção; recentemente, lançaram um carro concorrente da Tesla, americana, com preço final 5 mil dólares”.

Um pouquinho de história: de onde vem o termo metaverso?
Ao mesclar realidade aumentada e ambientes virtuais, ou seja, a vivência em um espaço virtual com influências da vida real, o termo metaverso foi criado em 1992 pelo escritor Neal Stephenson, no livro de ficção científica “Snow Crash”. Talvez, ele não imaginasse o advento do  Metaverso, o novo mundo virtual que pretende replicar a realidade através de dispositivos digitais, e da nova economia proposta pela Web3,  que deverão promover a disruptura dos padrões tradicionais de consumo e relações sociais.

Um dos pioneiros da internet foi o Prof. Joseph Licklider, do Instituto Tecnológico de Massachussets (MIT), que, em 1962 difundiu a ideia da “rede galáctica”, o conceito de uma rede global de computadores. Cinco anos depois nasceu a primeira rede de computadores a ARPAnet (Rede da Agência de Pesquisas em Projetos Avançados) para centros militares e acadêmicos.

O termo Web 2.0 surgiu em 2004. Chegamos à Web3, Metaverso e NFTs e estima-se que estes recursos tecnológicos criarão trilhões de dólares em receitas anuais. Hoje, 60 bilhões de mensagens são enviadas diariamente em uma única plataforma de Metaverso; em 2021, o PIB do Second Life foi de cerca de US$ 650 milhões; NFTs movimentam US$ 61 bilhões.

Para conferir o evento, acesse aqui o Portal do Conhecimento do IBGC.