De 6 a 10 de junho, um grupo de associados do IBGC participou de ação inédita, a Vivência Samaúma, ocorrida na Amazônia. Organizada pelo IBGC e
Chapter Zero Brazil, com a parceria da Academia Amazônia Ensina. A vivência foi iniciada um dia após o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), cujo tema de 2024 foi: "Acelerar a restauração da terra, a resiliência à seca e o combate à desertificação".
A gerente de impacto socioambiental do IBGC, Sandra Morales, aponta que o tema é um chamado urgente para restaurar a saúde do solo, fortalecer a resiliência das comunidades às secas e combater a desertificação: “Para nós, o grande objetivo da experiência na Amazônia foi a oportunidade de reflexão sobre possibilidades de negócios e economia sustentável, e a conexão com a floresta”, destacou.
Sandra avalia que, como em um círculo vicioso, a degradação da terra afeta a biodiversidade, a segurança alimentar e a saúde humana, tornando essencial uma ação coordenada e eficaz: “Dados da ONU mostram que 40% das terras do planeta estão degradadas, afetando diretamente metade da população mundial e ameaçando cerca de metade do PIB global (US$ 44 trilhões), enquanto o número e a duração das secas aumentaram em 29% desde 2000”, comentou.
Sobre a programação
O grupo teve a oportunidade de assistir uma masterclass sobre a perda dos serviços ecossistêmicos da Amazônia, conduzida pelo Prof Philip M. Fearnside, doutor pelo Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade de Michigan (EUA), Prêmio Nobel da Paz pelo Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), e pesquisador titular do INPA – e vive há mais de 40 anos em Manaus (AM).
Sandra observa que, apesar da triste realidade vivenciada no planeta, e dos números e prognósticos, há, ao mesmo tempo, uma enorme janela de oportunidade para mudança de rota: “É isso que vimos na visita ao
Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA), que tem como objetivo impulsionar a atração de investimentos que fomentem o desenvolvimento científico e tecnológico local e nacional, a partir de iniciativas sustentáveis em biodiversidade na região”.
A experiência na Amazônia
por Sandra Morales, gerente de impacto socioambiental do IBGC
“A vivência percorreu uma jornada e à medida que avançava, entrelaçávamos os elos importantes, que íamos construindo através da partilha entre os membros do nosso grupo, após cada visita e interação com as pessoas únicas que conhecemos, trocando sensações, percepções, pontos de vista, inquietações e emoções.
Sentimos a energia, a força e a potência da floresta, que tem o seu próprio tempo e sua cadência. Nos permitimos abrir espaço para nos conectar e sentir a UNIDADE com a natureza – e não mais separação.
Entendemos que as pessoas que habitam a floresta devem estar no centro das discussões e decisões. Cada um dos diálogos que tivemos nos mostrou, com muita intensidade, a honra aos antepassados, a todos que vieram antes deles, sendo ponto-chave a transmissão do conhecimento - milenar em alguns casos - de geração a geração. Isso nos fez refletir sobre a nossa própria ancestralidade, sobre a sabedoria embutida nas falas, nas técnicas, nos processos, no entendimento da natureza de como ela é. Tudo isso só fortaleceu o pensamento de que todas essas pessoas devem ter seu papel de protagonista, e que são parte da solução.
Por fim, diante de tudo o que foi experienciado e sentido, como grupo nos colocamos a responsabilidade e o compromisso de atuar como agentes de mudança, para entrelaçar cada vez mais os elos, para que os diálogos, decisões e soluções tenham um olhar integral com as pessoas no centro, e com a floresta em pé”.
*Foto: Laryssa Ganett