“Diversidade, engajamento e cultura devem constar na avaliação de executivos”

Para CEO da Spencer Stuart, Fernando Carneiro, remuneração está longe de ser o item mais importante das discussões sobre desempenho

  • 17/02/2020
  • Equipe IBGC
  • Eventos
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Erika, Célia, Carneiro e Dutra durante o evento de lançamento da pesquisa na sede do IBGC. Fotos: Kaique Alves/IBGC

“Um presidente de empresa deveria ser avaliado pela diversidade na composição de seus quadros, pelo engajamento de seus funcionários, pela evolução da cultura organizacional da companhia”, defendeu o CEO da consultoria Spencer Stuart no Brasil e América Latina, Fernando Carneiro, durante o lançamento da pesquisa de Remuneração dos Administradores do IBGC.

Para Carneiro, as discussões envolvendo avaliações e remunerações de executivos, conselheiros e administradores são bastante dinâmicas. “O debate está evoluindo no país e em todo o mundo, mas a grande questão está no alinhamento entre o que a sociedade espera desses profissionais e suas ações”, explicou em mesa redonda com o coordenador do Comitê de Elegibilidade e Remuneração do Banrisul e coordenador da Comissão de Governança em Instituições Financeiras do IBGC, Arnaldo Dutra, a diretora de Desenvolvimento Humano Organizacional da Camil Alimentos, Erika Magalhaes, e o doutor e coordenador do mestrado em Gestão Empresarial da Fundação Getulio Vargas (FGV), Joaquim Rubens Fontes Filho.

Segundo o CEO da Spencer, a remuneração é um item importante da discussão, mas está longe de ser o mais importante. “Muitos conselheiros éticos e excelentes profissionais estão sendo responsabilizados por acontecimentos que ocorreram nas empresas muito antes deles chegarem. Agora que a avaliação desse tipo de risco está cada vez mais clara, a demanda por conselheiros deve aumentar, assim como suas remunerações”, disse.

Parceiro do IBGC na realização da pesquisa de Remuneração, Fontes Filho chamou a atenção para a importância da remuneração executiva para além dos números, como um instrumento de retenção de talentos, alinhamento de interesses entre os conselheiros e as companhias e incentivo ao apetite a risco por parte dos administradores. 

Já Erika Magalhaes apresentou três modelos de remuneração adaptados aos propósitos e portes de cada organização. Em startups ela apontou, por exemplo, salários fixos menores e um incentivo de curto prazo, com bônus anual mais agressivo. “Em empresas administradas por fundos, você vê salários médios, bônus anuais maiores e gatilhos baseados no Ebtida [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização]”, explicou. E, finalmente, empresas tradicionais, de acordo com Erika, têm relações mais equilibradas, com um salário fixo maior e incentivos de longo prazo.

Dutra elencou por fim os desafios das empresas estatais e de economista mista diante da necessidade de reter talentos. “Sabendo a importância da remuneração adequada, é um trabalho do conselheiro discutir a questão do teto constitucional com governadores, senadores, prefeitos, para tentar reverter essa situação”, afirmou. 

A mesa redonda foi mediada por Célia Assis, participante da Comissão do Conselho de Administração e do grupo de trabalho Conselho do Futuro do IBGC. 

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