Organizações se consideram despreparadas para reduzir pegada de carbono

Pesquisa do IBGC ouviu administradores e identificou percepções de nível e preparo das empresas ao lidarem com o tema de mudanças climáticas

  • 12/05/2022
  • Gabriele Alves
  • Você sabia?

Como os conselhos estão enfrentando as ameaças ao clima? A pesquisa Mudanças Climáticas – Avaliação do Nível e Preparo do Tema lançada pelo IBCG em evento no último dia 2 de maio apoia possíveis caminhos para responder essa questão.

Com o objetivo de captar a percepção dos conselheiros e executivos sobre o nível de preparo das organizações para lidarem com o tema das mudanças climáticas, além de avaliar qual o estágio desejado para o futuro em relação a este tópico, a pesquisa mostrou que 49,6% das organizações consideram-se atualmente despreparadas quanto a metas claras, mensuráveis e desafiadoras para reduzir a pegada de carbono. Consideram-se em conformidade 33,1%, enquanto se mostram proativos e líderes na questão, respectivamente, 15,1% e 2,2% dos entrevistados.

A amostra contou com 139 respondentes, entre eles executivos e conselheiros de administração, consultivos e fiscais, que compartilharam suas percepções sobre as organizações em que atuam, sendo elas de diferentes setores (alimentos, indústria, mercado financeiro, tecnologia, entre outros), porte e tipos. Além da pegada de carbono, a pesquisa aborda quatro outros temas: compliance, sentimento (sintonia com stakeholders), risco e oportunidades que foram base para as 17 práticas elencadas e questionadas aos respondentes.

Em 12 das 17 práticas avaliadas (70,5%), o “estágio meta” almejado pelos respondentes é o mesmo em que a organização já se encontra (“em conformidade") e na percepção dos respondentes as organizações não têm, na média, a ambição de serem “líderes” em nenhuma das práticas avaliadas na pesquisa.

Observou-se, porém, na amostra geral, que a ambição de evoluir para estágios mais altos de maturidade em relação aos temas muda de acordo com o porte da empresa. Empresas com faturamento anual acima de R$1 bilhão responderam, em média, que desejam alcançar o nível de proatividade quanto às metas de redução no futuro, mas nem mesmo as companhias desse porte almejam a liderança neste quesito.

Despreparo e falta de ambição preocupa

Ao segmentar a amostra por porte e tipo societários das organizações foi possível observar que as organizações com faturamento de até R$ 20 milhões e aquelas acima de R$ 1 bilhão encontram-se “em conformidade” com todos os aspectos avaliados. Enquanto isso, nas demais faixas de faturamento, os respondentes consideram que as organizações se encontram “despreparadas” para lidar com um ou mais dos aspectos analisados.

Quanto à avaliação em relação ao tipo societário da organização, os respondentes apontaram que as cooperativas são as organizações menos avançadas em relação aos aspectos avaliados – são consideradas “despreparadas” em 9 das 17 práticas avaliadas (53%) –, seguidas pelas sociedades limitadas (LTDA), com 6 das 17 práticas nessa condição (35%).

Por outro lado, as sociedades por ações de capital fechado, as de capital aberto e as organizações do terceiro setor se consideram “em conformidade” em relação a todas as práticas avaliadas. Mas permanece um ponto comum: em nenhum dos tipos societários foi identificado o interesse, na visão dos respondentes, de atingir o estágio de “líderes” em alguma das práticas avaliadas.

A pesquisa Mudanças Climáticas – Avaliação do Nível e Preparo do Tema está alinhada com os objetivos do Chapter Zero Brazil, capítulo brasileiro da Climate Governance Initiative (CGI). A iniciativa vinculada ao Fórum Econômico Mundial  mobiliza conselhos de administração em todo o mundo para abordar as mudanças climáticas em seus negócios.

Acesse os dados completos da pesquisa neste link e conheça mais sobre o Chapter Zero Brazil aqui

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