Justiça climática e o acesso e aproveitamento pleno de direitos humanos

Artigo do Pacto Global da ONU no Brasil aborda contextos e desafios dos conselhos de administração na pauta das mudanças climáticas

  • 22/05/2023
  • Angelina Martins
  • Você sabia?

Iniciativa do IBGC e do Chapter Zero Brazil, o  livro Governança Climática no Brasil: Contexto e Desafios dos Conselhos de Administração, lançado no Congresso IBGC 2022, reúne artigos assinados por organizações e profissionais líderes no estudo e promoção da sustentabilidade no Brasil.

No livro, o Pacto Global da ONU no Brasil e ONU Mulheres publicaram o artigo “O que é justiça climática e como entender esse conceito pode ajudar as empresas a se posicionar e fazer mais pelo meio ambiente e pelos direitos humanos”. Por meio de histórias fictícias, são apontados os efeitos das mudanças climáticas no acesso e aproveitamento pleno de direitos humanos, e de que modo isso impacta específica ou desproporcionalmente determinadas pessoas, grupos, povos e comunidades.

Para os autores, o conceito “justiça climática” serve para descrever como gênero, raça, etnia e outros elementos se somam para agravar os efeitos da mudança do clima, reconhecendo que a força motriz da sustentabilidade ambiental está ligada à justiça social e à igualdade de gênero.

O artigo aponta que as empresas têm um papel importante a desempenhar para mudar esse contexto, mitigar os impactos relacionados e liderar processos de mudança social que aliem a proteção do meio ambiente ao empoderamento das mulheres e meninas e à promoção dos direitos humanos.

O Pacto Global da ONU no Brasil e ONU Mulheres avaliam que ainda existe um incômodo grande da sociedade, principalmente das organizações da sociedade civil, sobre o modelo a partir do qual muitas empresas inserem a pauta climática em suas agendas corporativas, seja de maneira leviana ou como uma oportunidade de negócios, além do que não se pode fechar os olhos para o greenwashing.

Outro dado importante que reforça o conceito de justiça climática, segundo a publicação, é que, em todo o mundo, os 10% mais ricos, o que inclui grande parte das famílias nos países desenvolvidos, são responsáveis por entre 36% e 45% do total de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), enquanto as famílias de menor renda (50%) respondem por apenas 13% a 15% das emissões.

São dados que demonstram que mudar os padrões de consumo entre os mais ricos poderia reduzir as emissões de GEE de 40% a 70% até 2050, enquanto promover o acesso universal à energia moderna para as populações mais pobres em todo o mundo não teria um impacto significativo nas emissões globais, segundo o próprio Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).


Assista também o podcast do IBGC “O que deve ser prioridade na justiça climática nos próximos anos”, conduzido por Sandra Morales, gerente de Impacto Socioambiental no IBGC, e Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

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