Inovação com propósito: como diversidade e sustentabilidade moldam negócios

Iniciativas de diversidade, equidade e inclusão podem consolidar organizações competitivas, sustentáveis e resilientes

  • 04/02/2025
  • Renato Souza
  • Artigo

Vivenciamos nos últimos anos um crescimento significativo no debate sobre diversidade, equidade e inclusão (DEI) no ambiente corporativo. E as empresas que integram esses pilares de forma estratégica têm mais chances de alcançar crescimento sustentável e manter sua relevância frente a funcionários, clientes e acionistas.

A gestão da diversidade nas empresas: desafios e estratégias
Não existe uma fórmula única ou um modelo padronizado. Cada organização possui uma cultura própria, e é essencial realizar uma leitura precisa das possíveis oportunidades de diálogo para alinhar a diversidade ao seu propósito. Esse alinhamento deve buscar, ainda que inicialmente de forma incremental, uma integração com os valores e atributos que definem a cultura organizacional.

Com esse entendimento, as empresas podem implementar mecanismos de gestão e controle específicos, baseados em um planejamento estratégico robusto, com metas claras, indicadores mensuráveis e processos regulares de revisão e ajuste.

O papel da liderança na transformação
A participação da alta gestão — incluindo a presidência — é indispensável para o sucesso das iniciativas de DEI. Embora movimentos "de baixo para cima" sejam legítimos e possam trazer contribuições valiosas, a sustentabilidade, a eficácia e a velocidade dessas iniciativas dependem diretamente do comprometimento da liderança.

Diversidade, inovação, sustentabilidade e o cenário brasileiro
As agendas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) são essenciais para impulsionar a inovação nas empresas. A presença de diferentes perspectivas e vivências enriquece o debate interno e gera soluções mais completas e atraentes para clientes e stakeholders, agregando camadas adicionais de análise que levam a soluções criativas e abrangentes.

No entanto, vivemos em um contexto global onde há movimentos que tentam retroceder nas pautas de DEI. E no Brasil, mesmo com avanços importantes, o ritmo das transformações permanece aquém do necessário. E falamos de um país com desigualdades profundas, e ao mesmo tempo rico em diversidade e potencial humano.

Assim, para que esse potencial seja plenamente alcançado, é indispensável um compromisso constante e estratégico que considere as agendas de DEI como pilares centrais de uma boa gestão e governança. Independentemente de como essas iniciativas sejam nomeadas ou do departamento em que estejam alocadas, o mais importante é garantir que continuemos agindo de forma decisiva.

Ao adotar esse papel transformador, as organizações também contribuem para fortalecer a posição do Brasil nos cenários global e local, impulsionando nossa economia e melhorando nossa atratividade em rankings de avaliação de risco e investimentos.

O poder da autenticidade
Vivemos em uma era onde as redes sociais nos desafiam a diferenciar o real do artificial, em um mundo onde até mesmo ideias de sucesso e felicidade podem ser fabricadas. Nesse cenário, a autenticidade se torna um valor indispensável, especialmente no ambiente corporativo, onde muitas vezes é vista como um paradoxo.

Ser autêntico é ter a coragem de mostrar quem realmente somos, com todas as nossas particularidades e imperfeições. Essa capacidade, quando incentivada no ambiente de trabalho, contribui diretamente para o bem-estar das pessoas, promovendo um senso de pertencimento e liberdade. Mais do que isso, a autenticidade eleva a produtividade, ao permitir que os indivíduos expressem suas verdadeiras identidades e talentos sem medo de julgamento.

A Importância dos conselhos na gestão da diversidade
É no espaço das reuniões de conselho que temas estratégicos e complexos, como diversidade, equidade e inclusão, devem ser tratados com a mesma seriedade e prioridade que os resultados financeiros, estratégias de inovação e qualquer outra dimensão essencial para o negócio.

Colocar as pessoas no centro das discussões não é uma escolha; é um reconhecimento de que elas são a essência de qualquer organização. Diversidade e inclusão estão profundamente conectadas à capacidade de inovar, de enfrentar os desafios de um mercado em constante transformação e de criar ambientes corporativos capazes de atrair e reter talentos.

Por fim, é importante reforçar que diversidade, inovação e sustentabilidade não são modismos ou tendências passageiras; são pilares inegociáveis para a construção de organizações fortes, resilientes e relevantes. Avançar nesse sentido significa rejeitar o silêncio conveniente de quem propõe, direta ou indiretamente, a manutenção de estruturas históricas de exclusão. O futuro pertence às empresas que têm coragem de desafiar o status quo, colocar as pessoas no centro e promover mudanças reais que agreguem valor tanto ao mercado quanto à sociedade como um todo.

Renato Souza é diretor de inclusão, diversidade e sustentabilidade corporativa da PwC Brasil

Este artigo é de responsabilidade dos autores e não reflete, necessariamente, a opinião do IBGC.

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