Atualmente, o IBGC conta com
doze regionais espalhadas pelos quatro cantos do país. O foco desses capítulos e núcleos é multiplicar o propósito do instituto nessas regiões, gerando valor para associados e o ecossistema local como um todo; e também informar-se e aprender sobre as expectativas de cada uma dessas localidades.
Para isso, as regionais investem na promoção de iniciativas alinhadas à estratégia do IBGC, sempre considerando as particularidades de cada território. A seguir, detalhamos três ações que ocorreram nos capítulos Ceará e Rio de Janeiro, que demonstram esse objetivo das nossas regionais.
Governance Celebration Capítulo Ceará
por Renata Paula Santiago, Coordenadora Geral do Capítulo CE, e Régis Conrado, associado ao IBGC CE e apoiador das frentes do Capítulo na região
Em mais uma iniciativa para engajar profissionais e empresas locais no debate da governança, o Capítulo Ceará promoveu a 2ª edição do Governance Celebration, que aconteceu em parceria com a empresa Mota Machado, há 56 anos no mercado imobiliário e presente no Ceará, Maranhão e Piauí.
O encontro, ocorrido em 13 de novembro de 2024, reuniu associados, executivos e membros de famílias empresárias da região, para conhecer e discutir as melhores práticas em governança, ESG e sustentabilidade.
Desta vez a empresa convidada destacou sua jornada ESG e principais práticas adotadas: entendimento do contexto, identificação das partes relacionadas, descrição dos impactos, levantamento de temas potencialmente materiais, aplicação da matriz de materialidade para o segmento imobiliário, engajamento de stakeholders, avaliação estratégica e apresentação dos temas materiais.
Governança na prática: visita técnica à Globo
por Vanessa Pina, conselheira certificada pelo IBGC e sócia-fundadora da consultoria Faros - Cultura & Design Organizacional
O Capítulo Rio de Janeiro do IBGC organiza ações para promover troca de experiências sobre modelos de governança. Um dos maiores desafios enfrentados por conselheiros de administração é a constante busca por assegurar que as boas práticas de governança sejam não apenas implementadas, mas também inovadoras e eficazes, em um cenário corporativo marcado pela transformação acelerada.
Nesse contexto, as visitas técnicas a organizações de referência tornam-se ferramentas valiosas – e foi exatamente essa oportunidade que o Capítulo proporcionou a um grupo de associados ao organizar uma visita técnica à Globo, associada ao instituto.
A iniciativa trouxe à tona a relevância de conectar conselheiros de administração a organizações que combinam excelência em gestão estratégica, sustentabilidade e inovação.
Realizada em novembro de 2024, a visita proporcionou uma imersão no modelo de governança da Globo, apresentado por Manuela Mattos, diretora de governança do conselho de administração. Sua palestra detalhou como a governança da empresa foi transformada nos últimos anos para sustentar a integração de suas operações de vídeo e a transição para um modelo de plataforma de comunicação e streaming que agrega produção de conteúdo, tecnologia e dados. Foi uma demonstração de como a adaptação do modelo de governança pode impulsionar transformações profundas em grandes organizações.
Likilia Morris, gerente sênior de governança e controle, complementou a apresentação abordando como a empresa tem integrado ESG em suas práticas, tanto na produção de conteúdos responsáveis quanto na gestão sustentável de suas operações. O progresso nesse campo, segundo Likilia, foi viabilizado por uma trilha estruturada em princípios sólidos de governança corporativa.
Este momento reforçou a compreensão de que não há um modelo único ou ideal de governança aplicável a todas as empresas. Cada organização deve ajustar continuamente seu modelo às suas especificidades, considerando fatores como estratégia, estrutura, porte e contexto de mercado.
Em um segundo momento da visita, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer os Estúdios Globo, experiência que revelou a grandiosidade e a organização por trás das produções da empresa. Encenações e interações, incluindo simulações e uso de objetos cenográficos, proporcionaram momentos de descontração ao grupo e reforçaram a conexão dos participantes com o universo criativo da Globo.
As visitas técnicas são mais do que um exercício de observação, representam uma oportunidade estratégica de aprendizado, inovação e networking. Para os conselhos de administração, promove a evolução das práticas de governança, contribui para a competitividade organizacional e fortalece o papel de supervisão e estratégia que lhes cabe. Ao incorporar visitas técnicas como parte da rotina de desenvolvimento do conselho, as empresas demonstram compromisso com a melhoria contínua, tornando-se mais preparadas para enfrentar os desafios do ambiente de negócios.
O capítulo Rio de Janeiro organiza visitas técnicas periodicamente e já incorporou a iniciativa ao seu planejamento de eventos de 2025. Esta visita foi organizada por Leonardo Zylberman, Likilia Morris, Manuela Mattos, Patricia Garcia, Tiana Santos e Vanessa Pina.
Conhecendo a jornada de Governança da Limpanno
por Adriana Rocha, associada do Capítulo Rio de Janeiro do IBGC
Associados do Capítulo Rio de Janeiro também organizaram em novembro de 2024 uma visita técnica a uma empresa que atua no setor de higiene e limpeza, a Limpanno. Alex Buccheim, sócio e CEO da Limpanno, e sua irmã Vanessa, sócia e conselheira, apresentaram aos visitantes a jornada e os desafios de governança da empresa.
A Limpanno foi fundada em 1968 por Alfredo Buccheim que, com o filho Thomas, passou a fabricar toalhas de pano, ampliando o portfólio conforme as necessidades e oportunidades do mercado. Hoje, são dois parques industriais no Rio de Janeiro, um na Pavuna e outro em Queimados, onde foi realizada a visita.
Alex, terceira geração da família, contou que a primeira sucessão aconteceu, de fato, da 2ª para a 3ª geração e de forma gradual, tendo em vista que Thomas era filho único. Em 2012, a família buscou orientação externa para iniciar o processo de governança, sendo que o faturamento da empresa representava 1/7 do valor atual.
Um consultor externo formou um conselho consultivo com pai, filhos e conselheiros independentes, melhorando a distribuição de informações e otimizando o tempo nas reuniões, que passaram a ser voltadas ao futuro da empresa. O acordo de acionistas foi formalizado e a expectativa de que a próxima geração não ingressaria na empresa foi alinhada.
Vanessa, única mulher no colegiado, precisou entender seus diversos papéis: acionista, mãe, filha e irmã. Afirmou que no início usava o silêncio nas reuniões para compreender seu valor. Hoje, mais segura, valoriza o seu papel e entende que desde cedo, a empresa é uma prioridade.
Alex, por sua vez demonstra consciência de sua sucessão e da importância de transmitir aos executivos o senso de perenidade da empresa. Embora reconheça que a governança familiar precisa evoluir, está ciente dos desafios que podem surgir na nova geração. A família avalia que está em um bom momento para desenhar a governança familiar: o pai, com 81 anos, frequenta a empresa e os irmãos vivem em harmonia. A 4ª geração não está presente na empresa.
As reuniões do conselho têm sido divididas entre discussões sobre o presente e o futuro. Alex destaca que o mercado exige agilidade e que os assuntos de curto prazo dominam sua atenção; e afirma que os membros do conselho têm demonstrado compromisso com princípios de governança, como integridade, sustentabilidade e equidade, o que é evidenciado pela publicação de relatórios de igualdade salarial, pelo uso de energia elétrica proveniente de fontes limpas e renováveis, e pela economia de plástico em embalagens.
As dificuldades sociais enfrentadas em Queimados trazem para a empresa, segundo Alex, oportunidades de estreitar o vínculo com a comunidade: “Um exemplo disso é a doação de livros para a biblioteca local, uma ação que reflete o entendimento de que somos interdependentes no desenvolvimento humano e econômico”.
E esse movimento da empresa está na 6ª edição do Código das Melhores Práticas Governança Corporativa: “A ética viabiliza o convívio e a evolução do ser humano em sociedades cada vez mais complexas. Ela deriva do senso de coletividade e interdependência que impulsiona os indivíduos a colaborarem com o desenvolvimento da sociedade, direcionando suas ações em busca do bem comum”.
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