A importância do Governance Officer no contexto da governança

Como o GO interage e colabora com outras funções organizacionais, como compliance, auditoria e conselho de administração?

  • 05/09/2024
  • Squad de GO do Capítulo Santa Catarina
  • Artigo

Nas últimas décadas, a governança corporativa tem evoluído consideravelmente, adaptando-se às complexidades da gestão em diversos setores. Dentro desse contexto, o papel do GO emerge como um elemento central na estruturação e execução das boas práticas de governança.

Neste ambiente, o GO assume uma posição central, atuando como um elo entre as diversas partes interessadas e coordenando as operações dos órgãos de governança. Esta atuação estratégica permite uma gestão e uma resposta ágil às muitas demandas de governança da organização, o qual requer uma análise contínua e uma abordagem proativa propondo melhorias de processos.

Um dos desafios enfrentados pelos GOs tem sido transitar dentro da estrutura organizacional, uma vez que a função ainda é novidade em muitas empresas. Quando há falta de clareza quanto ao papel do GO, isso pode ocasionar ruídos nas relações internas. Por essa razão, o squad de GO do IBGC Capítulo SC escolheu como escopo do seu primeiro estudo, esclarecer sobre a relação do GO com outras funções organizacionais. A discussão do squad sugere que as estruturas de governança podem impactar diretamente na forma como o GO se relaciona com as demais áreas e faz um paralelo com cada princípio.

A integridade. O GO atua colaborando para que todas as práticas organizacionais estejam alinhadas. Um portal de governança auxilia o GO nesta tarefa de inter-relação, fornece análises e informações para fortalecer a gestão, os controles e os registros de decisões estratégicas. Todas essas atividades, funcionando de forma adequada, preservam o papel do GO, contribuindo para o fortalecimento das suas relações internas e da integridade na organização, principalmente quando trata de informações de caráter estratégico e confidencial.

A transparência é fundamental para estabelecer a confiança entre as partes, especialmente nas relações entre as áreas de governança de uma companhia. O GO facilita a disseminação de informações, garantindo que todos os envolvidos estejam bem-informados. Além disso, apoia significativamente o Presidente do Conselho (PCA) e, em várias situações, o GO precisa ter reuniões francas e diretas, sem os filtros de hierarquia, para evitar possíveis desgastes e conflitos dentro do colegiado. Deve demonstrar para todas as áreas da empresa sua atuação neutra, facilitando a interação entre as diversas áreas e atuar como guardião do tempo e do propósito das deliberações, evitando que avancem descoordenadamente umas sobre as outras.

A equidade exige que todas as partes interessadas sejam tratadas de forma justa e com respeito. O GO, ao "orbitar" entre diferentes áreas organizacionais, garante que não haja favoritismo ou discriminação. Sua imparcialidade e independência são fundamentais para a manutenção de um ambiente equitativo, onde as decisões são tomadas com base no mérito dos objetivos traçados e nas necessidades de todas as partes. Cabe ao GO assegurar que todos que recebam as informações estejam “na mesma página”.

A responsabilização é um aspecto chave na governança e o GO é responsável por monitorar e assessorar diversas áreas da organização para que assim possam cumprir com suas responsabilidades. Isso inclui a formalização de documentos e registros que facilitem a rastreabilidade e o acesso integro a informação. O GO também apoia os executivos na síntese e na preparação de informações, garantindo que todos estejam preparados para tomar decisões baseados nos melhores materiais possíveis, priorizando os debates e possibilitando o melhor uso do tempo nas deliberações.

A sustentabilidade nas práticas de governança envolve a criação de valor a longo prazo para a empresa. O GO contribui ao promover práticas que não apenas atendam às necessidades atuais, mas que também protejam os interesses das futuras gerações. Sua atuação como "maestro e historiador" ajuda a preservar a memória organizacional e promove práticas que beneficiem tanto o presente quanto o futuro, por exemplo, aprimorando continuamente o processo de onboarding de novos conselheiros e auxiliando para tomadas de decisões. Portanto o GO, com sua abordagem estratégica, relacional e operacional, é um elemento cada dia mais importante na estrutura de governança corporativa.

Finalizando esse squad, informamos que considerando a relevância da atuação do GO do sistema de governança corporativa, o IBGC publicou em website (www.ibgc.org.br) um documento denominado: Governance Officer – Orienta, onde apresenta as melhores práticas relacionadas com essa função e frequentemente disponibiliza um curso para desenvolver e/ou aprimorar as habilidades e competências para exercer essa função essencial.


Sobre os autores: Squad de GO do Capítulo Santa Catarina.
Coordenação: Zélia Breithaupt Janssen e David Fernando Cioccari. Integrantes: Bruna Santos, Cassandra Pavelski, Francine Ribeiro, Josiane Elisa Merkle, Leia Wessling, Nayara Fernanda Alves, Viviane Rodrigues, Alexandre Moraes, Antonio Benavides, Carl Heinz Muller, Claudio Werner, Eduardo José Perone, Luiz Grisotto Lacerda, Paulo Müller e Pedro Ramires.

Este artigo é de responsabilidade dos autores e não reflete, necessariamente, a opinião do IBGC.

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