IBGC retoma seu tradicional Encontro de Conselheiros

Parte inicial do evento debateu conselhos de alto desempenho e matriz de competências  

  • 09/04/2025
  • Victor Santos e Victoria Andrade
  • Eventos

Diversidade. Independência. Integridade. Foram essas algumas das características para um conselho de alto desempenho apontadas pelos participantes da 10ª edição do Encontro de Conselheiros do IBGC que iniciou nesta quarta-feira, 09 de abril.

Reunidos no Teatro B32, em São Paulo, conselheiros de todo o Brasil, começaram o dia de evento com uma dinâmica conduzida por Valeria Café, diretora-geral do IBGC, que os provocou a apontar características positivas para conselhos, mas também as barreiras. Nesse campo dos desafios apareceram desconhecimento, ego, conflitos de interesse e irresponsabilidade.

O que é um conselho de alto desempenho?

Partindo das reflexões da dinâmica de abertura, e moderada por Valeria Café, essa sessão contou com Marcos Grasso, presidente do Conselho da C&A Brasil, conselheiro da C&A Europa, Cacau Show e Instituto Akatu, e Tania Cosentino, VP de Vendas para o Setor de Segurança da Microsoft América Latina. Veja abaixo alguns destaques do bate-papo:

- “O conselho de alto desempenho tem a responsabilidade de criar valor”

Marcos Grasso discorreu sobre o alto desempenho nos conselhos e sinalizou a importância de um conjunto de métricas, com foco em criar valor (seja financeiro, social ou ambiental). Marcos contou que sempre que chegava aos conselhos questionava “Para que este conselho serve?”. Para ele, perguntas como essa são relevantes, porque criar valor nestes colegiados tem muito significado.

- “Feedback é importante. Avaliação e feedback com o CEO”

Um dos pontos de um conselho de alto desempenho tem a ver com a capacidade de autocrítica, ponderou Marcos Grasso. Para o conselheiro, deve-se investir tempo e recursos, financeiros e não-financeiros, nos feedbacks, inclusive de CEOs.

- “Conselheiros têm que ter a capacidade de ouvir, não só falar”

Marcos Grasso contou que é necessário habilidades técnicas, experiências e capacidade de renovação. Mas somado a tudo isso, a capacidade de ouvir e de trocar com outros pares precisa ser exercitada. “Muitos conselheiros ficam amarrados a valores que já foram importantes ali. Valores antigos. A construção de respeito e humildade é contínua. É necessário navegar junto a diferentes públicos, inclusive os acionistas, sejam em empresas de capital aberto ou fechado.

- “A criatividade vem do ócio e nos conselhos não há muito tempo para isso”

Tania Cosentino, VP de Vendas para o Setor de Segurança da Microsoft América Latina sinalizou que a preparação de reuniões de conselho é muito importante. “Já estive em reuniões em que perdemos muito tempo com temas operacionais. Conselhos de alto desempenho devem delegar mais”, ponderou.

- “Precisamos de pessoas que enxerguem o mundo de formas diferentes”

Segundo Tania Cosentino, para além do conceito de diversidade, é preciso falar em complementaridade: conselhos de alto desempenho devem contar com pessoas com conhecimento de negócio e perfis complementares. “Precisamos de pessoas que enxerguem o mundo de formas diferentes – e dar espaço para que essas pessoas tragam esses temas”.

Matriz de competência do conselho: como melhor servir à estratégia?

Após uma pausa, o evento retornou com Patrícia Moraes, sócia-fundadora e CEO da Unbox Capital, Mauricio Fernandes, sócio e membro da equipe de gestão da Dahlia Capital e Diney Vargas, sócio e diretor-presidente da Octante Capital para falar sobre as competências essenciais para apoiar as estratégias de empresas. Fernando Carneiro, Sócio Sênior da Vila Nova Partners, moderou o painel.

Maurício ressaltou a importância de o conselheiro ter conhecimento profundo sobre a empresa. "O ideal é sempre se informar muito além, para o próprio enriquecimento das discussões", afirmou. O especialista também enfatizou a necessidade de se gerar discussões – segundo ele, o acionista ou investidor espera que isso ocorra em toda reunião de conselho.

Diney Vargas, por sua vez, sublinhou que “há empresas que ainda precisam escrever as suas leis, e há outras em que estas precisam ser apenas cumpridas”. Ele ainda pontuou sobre a atuação do conselho em empresas de diversos tipos como, por exemplo, startups, empresas abertas com controle definido, e empresas fechadas de base familiar. Dependendo do momento da empresa, o conselho pode ter uma atuação mais de legislativo ou de judiciário, explicou.

A respeito de como medir a competência de desempenho do conselho, Patrícia Moraes menciona a importância de dar feedback para os conselheiros. “Traz à tona coisas que às vezes todos estão pensando, mas estão com medo de falar”, elucidou. A CEO destacou ainda que a cultura de feedback ajuda a promover a compreensão mútua e fortalecer os laços entre os conselheiros.


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Foto: Hara Fotografia

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