IBGC publica posicionamento sobre diversidade e inclusão

Alinhado à Agenda Positiva de Governança, documento recomenda que organizações tenham celeridade na divulgação de metas e métricas sobre o tema

  • 23/11/2021
  • Gabriele Alves
  • Você sabia?

Atento às ações afirmativas em diversidade e inclusão, cujo processo deve adquirir cada vez mais celeridade nas empresas, o IBGC acaba de publicar um posicionamento - alinhado as medidas da Agenda Positiva de Governança - que recomenda às organizações que divulguem suas metas e métricas sobre diversidade em quantidades e prazos definidos.

O documento ressalta que perfis diversos nos conselho de administração, por exemplo, permitem que a organização se beneficie da pluralidade de argumentos e de um processo de tomada de decisão com maior qualidade e segurança. Confira, a seguir, a íntegra do posicionamento:

Diversidade e inclusão são energia para inovação, resultados sustentáveis e geração de valor aos negócios

No aniversário de 25 anos do instituto, 45 especialistas, representantes de 30 organizações da sociedade civil, se reuniram para escrever a Agenda Positiva de Governança, que teve como base os princípios básicos de Governança Corporativa descritos na 5ª. edição do Código das Melhores Práticas do IBGC.

A agenda convida líderes empresariais a adotar 15 medidas urgentes, apoiadas em seis pilares: (1) ética e integridade; (2) diversidade e inclusão; (3) ambiental e social; (4) inovação e transformação; (5) transparência e prestação de contas e (6) conselhos do futuro.

As recomendações do grupo de trabalho dedicado ao tema “diversidade e inclusão” foram pautadas na importância da pluralidade de características do capital humano nas organizações, no cuidado da qualidade dos relacionamentos, na valorização de um perfil plural de líderes, desde o conselho até a coordenação de uma área.

Essa pluralidade passa pela representatividade de diferentes segmentos da população – com ênfase no gênero, raça ou cor, etnia, origens geográficas e culturais, além de orientação sexual, pessoas com deficiência, idade, classes sociais, religião, experiência de vida e uma miríade de outras dimensões, que têm se expandido e ficado cada vez mais complexas¹. 

Organizações que estão na vanguarda dessa agenda têm índices melhores do que a média do mercado em relação a vários indicadores, como lucratividade, inovação e gestão de riscos.

A diversidade cognitiva e a pluralidade de experiências e visões funcionam como combustível da transformação, impulsionando resultados sustentáveis no relacionamento com as partes interessadas. Em ambientes diversos e inclusivos, os colaboradores se sentem bem integrados e mais engajados, a organização tem acesso a uma gama mais variada de competências e conhecimentos e os consumidores se identificam melhor com a marca e seus produtos².

O IBGC acredita que esse processo de inclusão deve ganhar celeridade nas organizações por meio de ações afirmativas, tais como as já mencionadas na agenda positiva, que são:

· capacitação de todo o ecossistema da organização para que o processo de inclusão consiga trazer mudanças fundamentais nos comportamentos, atitudes e vieses inconscientes, estruturais e sistêmicos dos indivíduos;

· criação de normas, políticas e procedimentos organizacionais que resultem no sentimento de valorização, respeito, segurança, escuta e engajamento necessários de todos os envolvidos³; 

· desenvolvimento de processos seletivos e programas de incentivo que reconheçam e desenvolvam líderes empáticos – que demonstrem capacidade de escuta ativa, vontade de servir, liderança horizontal, colaboração e abertura ao dissenso;

· construção de um ambiente de confiança e segurança psicológica para que as pessoas possam divergir entre si, reportar erros e irregularidades, manifestar dúvidas e preocupações e oferecer suas contribuições abertamente; e

· constituição de um programa de diversidade e inclusão com alocação de recursos financeiros e pessoas dedicadas a colocar em prática um plano com ações intencionais para ampliar a diversidade e fomentar a cultura inclusiva na organização, desde o conselho de administração, com metas e métricas.

Adicionalmente, para que as mudanças esperadas sejam estruturais, efetivas e aceleradas, o IBGC recomenda às organizações que divulguem essas metas e métricas sobre diversidade, em quantidades e prazos definidos.

Perfis diversos no conselho de administração permitem que a organização se beneficie da pluralidade de argumentos e de um processo de tomada de decisão com maior qualidade e segurança. O respeito e a compreensão mútua das características de cada um de seus membros garantem um ambiente de livre debate de ideias e opiniões.

Por fim, é importante destacar que ações que promovem diversidade e inclusão, além de constituírem imperativo ético, representam energia para a inovação, impulsionando resultados sustentáveis no relacionamento com as partes interessadas e na geração de valor para os negócios no longo prazo.

Para conferir outros posicionamentos do IBGC, acesse nossa página de Notas e Posicionamentos, clicando aqui.

Referências consultadas: 
[1] Ferdman, B. M., & Deane, B. R. (Eds.). (2013). Diversity at work: The practice of inclusion (Vol. 33). John Wiley & Sons.
[2] Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Agenda Positiva de Governança (2020). Disponível em: <https://conhecimento.ibgc.org.br/Paginas/Publicacao.aspx?PubId=24360>. Acesso em: 8.nov.2021
[3] Ferdman, B. M., & Deane, B. R. (Eds.). (2013). Diversity at work: The practice of inclusion (Vol. 33). John Wiley & Sons.

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