“Governança estruturada mostra seus benefícios em momentos de turbulência”

Em webinar, consultores falaram sobre coordenação da governança corporativa e familiar para superar a crise da Covid-19

  • 06/04/2020
  • Equipe IBGC
  • Eventos

A resiliência é um caminho já conhecido das famílias empresárias brasileiras diante de crises. Ante a pandemia atual, a postura não deve ser diferente, segundo sócio e consultor da Cambridge Family Enterprise Group Brasil, João Bosco. “Essa é a hora de respirar fundo, fazer uma pausa, utilizar da maior prudência possível e não se precipitar”, recomendou durante o IBGC Conecta de sexta-feira (3 de abril).

Para ele, são em momentos de turbulência que a governança estruturada mostra seus benefícios, seja na separação prévia entre o negócio e a propriedade da família ou pela dinâmica já estabelecida de decisões colegiadas na empresa. 

Em meio à crise, para todos os tipos e tamanhos de companhias familiares, a principal recomendação de Bosco foi: se comunique. “As lideranças devem se comunicar, evitar tomar decisões sozinhas, manter as pessoas informadas, passar segurança para sua equipe e seus comitês, além de manter contato permanente com o conselho de administração”, afirmou. 

Bosco defendeu ainda que mesmo as empresas familiares sem governança, podem dar início agora a estratégias que ajudem a minimizar os impactos do quadro causado pela Covid-19. De acordo com ele, é importante que as empresas busquem especialistas que as ajudem a compreender o cenário. Nesse sentido, a formação de um conselho informal ou consultivo pode ser um primeiro passo.

A consultora associada da Cambridge, Beatriz Johannpeter também chamou atenção para a importância da calma nesse momento, já que a crise pode ser motivo de fortes emoções familiares, que por vezes dificultam os processos corporativos. Para as famílias empresárias que ainda não contam com uma estrutura de governança, a consultora indicou uma busca por “comunicação, respeito e transparência, pilares que em momentos de crise ganham ainda mais importância”.

Beatriz, que também participa do conselho de família da Gerdau e faz parte da Comissão de Empresas de Controle Familiar do IBGC, defendeu possíveis ganhos que uma sinergia mais intensa entre as gerações sênior e mais jovem pode trazer ao negócio, por meio de um comitê de crise, por exemplo. Para ela, são em situações difíceis que podem surgir oportunidades.

A consultora considerou que esse novo cenário global poderá ainda direcionar mais as empresas para o chamado capitalismo de stakeholders, com os negócios focados em todas as partes interessadas e não apenas no acionista. “A prática já faz parte da realidade das grandes companhias, mas agora pode ganhar mais espaço entre pequenas e médias empresas e a geração mais jovem”, completou.

A mediação do webinar foi feita pela vice-coordenadora da Comissão de Empresas de Controle Familiar do IBGC, Cris Bianchi.


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