Para conselheiro consultivo, crise exige escuta empática e olhar sensível para colaboradores

Américo Figueiredo participou de webinar do IBGC sobre o fator humano nas organizações

  • 08/04/2020
  • Equipe IBGC
  • Eventos

A crise da Covid-19 alterou totalmente a dinâmica da economia e das relações sociais. Para refletir sobre a posição das empresas em relação ao fator humano diante desse novo mundo marcado pela solidariedade e pela sobrevivência, a coordenadora da Comissão de Pessoas do IBGC Adriana Adler mediou um webinar  sobre o assunto na terça-feira (7 de abril). Parte da série IBGC Conecta, a discussão recebeu o conselheiro consultivo e professor de Educação Executiva Américo Figueiredo, o membro do conselho de administração da Saraiva, Antonio Salvador, e a participante de conselhos e comitês, consultora e instrutora do IBGC, Denise Casagrande.

Figueiredo tratou da questão dos indivíduos como foco deste difícil momento. “Vejo esse período como uma oportunidade para que gestores e conselheiros exercitem uma escuta mais empática em relação aos seus colaboradores”, defendeu. Para o conselheiro e professor, que também é membro da Comissão de Pessoas do IBGC, o momento exige menos julgamento, eliminação de rigor excessivo e um olhar mais sensível e humano de reconhecimento das limitações dos próprios líderes. “Uma liderança centrada no ego não dá mais respostas a demandas que emergem dos indivíduos e de suas novas relações com as empresas”, criticou. 

Em linha com o Figueiredo, Salvador disse ainda que uma crise exacerba os limites de uma companhia mais ou menos preparada para momentos de transformação. Segundo o conselheiro da Saraiva, o quadro causado pelo coronavírus deve mudar de forma significativa o mercado de trabalho no País, o sistema de gerenciamento de pessoas e de trabalho a distância, que tanto era alvo de resistência no Brasil, além das formas de remuneração. “Como gerenciaremos engajamento e cultura a distância?”, questionou.

Depois de uma crise sanitária dessa magnitude, também teremos que ressignificar o emprego, de acordo com Salvador. “Não é de hoje que os jovens criticam os modelos das companhias tradicionais, a partir de agora eles buscarão cada vez mais organizações que realmente tenham propósitos”, observou. “É neste momento de crise que vamos conhecer as empresas efetivamente, será por meio de questões éticas que viveremos os valores corporativos na íntegra”, completou.

Sobre os impactos da cultura na liderança em tempos de crise, Denise apontou o momento como um período de revisão da cultura vigente. “Precisamos de pessoas com mindset coletivo e de uma atuação que tente aproximar o discurso das lideranças com as suas práticas”, afirmou.

Além disso, ela disse perceber uma aproximação muito positiva entre os conselhos de administração e a gestão das companhias nesse momento de grandes desafios. “Os conselhos como uma governança ativa unida, de liderança conjunta, de parceria, parecem estar tomando forma”, completou. “Levar a Gestão de Pessoas para o conselho não é simples, deve ser uma estratégia planejada e disciplinada, mas acredito que os conselheiros é que devem puxar essa discussão. A mudança começa ali”, defendeu.


Veja o webinar completo no canal do IBGC no YouTube:

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