Um dos principais aprendizados dos conselhos de administração durante a pandemia atual tem sido sua capacidade de união e rápida comunicação com os times de gestão das empresas, defendeu o presidente do conselho da Embraer, Alexandre Silva, durante a nova edição da série IBGC Conecta na quarta-feira (8 de abril). 

Silva falou da importância da tempestividade e da assertividade das lideranças em momentos de crise. “É importante comunicar o que é correto. Temos que estar preparados para um cenário de super estresse e de sobrevivência daqui para frente, com os funcionários como prioridade, seguidos por clientes e a sociedade como um todo ”, afirmou.

O webinar que teve curadoria e mediação do conselheiro de administração do IBGC, Leonardo Wengrover, contou ainda com a participação do presidente do conselho do IBGC, Henrique Luz, com o presidente do conselho de administração do Grupo Fleury, Márcio Mendes, e o presidente do conselho de administração da Raia Drogasil, Antonio Carlos Pipponzi.

Luz alertou que, mesmo em um momento delicado pressionado pela Covid-19, a governança não pode ser atropelada, “seria insano ou irresponsável e o fizéssemos”, chamou a atenção. Para ele, a governança deve ser considerada um valor, para contribuir como colaboradora em momentos de incertezas. Por isso, na visão do presidente do conselho do IBGC, os quatro princípios da governança corporativa seguem essenciais em tempos de crise: transparência, equidade, accountability e a responsabilidade corporativa.

Pipponzi, por sua vez, contou como está sendo a experiência de crise na rede Raia Drogasil, com um olhar atento de sua equipe para a operação e uma corrida para atender as novas demandas que surgiram desde o início da pandemia. “Em três ou quatro semanas executamos projetos que levariam três ou quatro meses, no fim do dia a crise nos ofereceu a oportunidade de acelerar esses planos”, contou.

Oportunidades em meio ao caos

No mesmo sentido da Raia Drogasil, apesar das dificuldades trazidas pelo novo coronavírus, o presidente do conselho de administração do Grupo Fleury Márcio Mendes explicou como a empresa tem buscado vislumbrar oportunidades para o negócio. “Não queremos menosprezar os efeitos gravíssimos e sem precedentes desse momento, mas além do curto prazo, temos tentado adaptar projetos e pensar no período pós-crise, refletindo sobre como nosso serviço será visto e pode continuar útil no futuro. É olhar para frente mesmo que dentro do furacão”, afirmou.

Mendes disse que o foco nas operações segue como prioridade do grupo e que estão sendo adicionadas às estratégias da empresa novos aspectos culturais por parte dos consumidores, que já há algum tempo consomem produtos de saúde de formas diferentes. “Temos percebido um fenômeno de deshospitalização, em que as pessoas evitam ir aos hospitais, seja pela percepção de risco à saúde ou pelo preço do sistema, por isso, vamos dinamizar ainda mais a telemedicina, o atendimento domiciliar, assim como outras áreas que preveem o uso intenso de tecnologia, como os consultórios médicos virtuais”, detalhou. 

Outro ponto de oportunidade apontado por Mendes foram as possíveis fusões e aquisições que poderão tomar forma nos próximos meses. “Por mais que a tecnologia ganhe espaço, as companhias ainda precisarão ganhar capilaridade, no nosso caso, ainda precisaremos do contato físico e humano com o paciente da nossa rede”, completou.


Confira o debate completo: