Governança dá a cadência que move empresas inovadoras

Olhar atento para dentro e fora da empresa gera capacidade de se adaptar rápido a mudanças 

  • 18/09/2020
  • Ana Paula Cardoso
  • Eventos

Disruptivas. Assim se convencionou classificar as empresas consideradas inovadoras. Mas o adjetivo, que significa interromper o ciclo normal de um processo, muitas vezes está concentrado em segmentos restritos dentro da organização. E essa limitação pode atrapalhar na continuidade das transformações necessárias para manter a empresa no rol das inovadoras. “Nos demos conta que tínhamos as melhores práticas em tecnologia, mas não em governança. Estávamos muito concentrados em gestão de processos e menos em gestão de pessoas”, assumiu Vitor Torres, CEO e fundador da Contabilizei, durante um debate on-line sobre inovação e governança, que aconteceu na última terça-feira (15/09), organizado pelo capítulo Paraná do IBGC. 

Moderado por André Caldeira, coordenador do capítulo Paraná, o evento abordou os dois temas estratégicos trazendo dois convidados para contar suas experiências nas empresas onde atuam. Os cases da Contabilizei, uma empresa 100% digital que faz parte da nova economia e da Arezzo, empresa que vem passando por um profundo processo de transformação digital, contribuíram para ilustrar os caminhos para adotar a inovação, usando como alicerce as boas práticas de governança. 

Ritos e cadência da governança

No caso da Contabilizei, o CEO da empresa considera ter sido fundamental retomar algumas rotinas que foram caindo no esquecimento. Natural haver mudanças, afinal, em 7 anos, a empresa pulou de 30 para 400 colaboradores. Mas isso não deve ser usado como justificativa para perder a essência da organização. “Tínhamos uma reunião semanal com todos os funcionários logo no começo. Obviamente, à medida que a empresa foi crescendo, não era mais possível. Mas passamos a fazê-la mensalmente”, conta Torres.

O CEO da Contabilizei usou a reunião mensal como um exemplo de respeito à cultura organizacional. Mesmo em uma empresa do novo mercado, essa é uma prática de governança sem a qual a empresa, por mais inovadora que seja, não vai muito longe. “A tendência é olharmos para uma startup e achar que é tudo maluco e não temos cadência. Mas os ritos vão dar o ritmo para nos mantermos em dia com as transformações”, disse Torres. Ele reforçou ainda que essas reuniões servem para fazer o alinhamento dos propósitos da empresa e checar se todo mundo dentro da companhia está olhando para o mesmo lado. 

Olhar além da própria empresa

Mas se por um lado olhar para a mesma direção ajuda no engajamento dos colaboradores em relação às metas, por outro existe um mundo correndo fora da empresa. Olhar além de seus muros é uma forma de se deparar com a realidade do mercado e trazer aderência às melhores práticas, mesmo se for de concorrentes.

 “Quando iniciamos no caminho de se transformar em uma plataforma de moda e não apenas em uma loja on-line, não tivemos receio de convidar a Luiza Helena Trajano para nosso conselho de administração”, conta Maurício Bastos Turquenitch, diretor executivo de Transformação Digital da Arezzo. Com experiência em inovação mais do que comprovada pelo case Magalu, a visão de Luiza tem contribuído para o avanço dos projetos de inovação da Arezzo. 

"Entenda quem você pode ter em seu conselho que vai trazer provocação para esta pauta de inovação. Faz parte de uma boa estratégia de qualquer empresa ter governança, ter regra, ter ritual. Mas isso tudo com flexibilidade. Porque é a capacidade e se adaptar rápido às mudanças que vai mover as empresas inovadoras”, concluiu Turquenitch.



  

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