O evento
Governança 360 foi realizado pela primeira vez, nesta quarta-feira, 2 de agosto, na sede do IBGC, em São Paulo. Em formato inovador, com palestras simultâneas sobre temas transversais à governança corporativa, ao longo de um dia inteiro, o evento foi um verdadeira maratona de conhecimento que contou com a curadoria das comissões temáticas do IBGC. Atualmente, as comissões são compostas integralmente por associados do instituto que atuam de forma colaborativa em 16 frentes temáticas. Conheça as comissões e seus membros
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“O Governança 360 é um evento novo, com uma dinâmica também inédita no IBGC. Estamos muito felizes em concretizar este projeto com uma programação totalmente realizada pelas comissões do IBGC”, disse Gabriela Baumgart, presidente do conselho de administração na abertura do painel “Stewardship, Dever Fiduciário e ESG: o papel dos investidores e do mercado de capitais.”
Para Pedro Melo, diretor-geral do instituto, a pandemia inaugurou novos hábitos, mas não suprimiu os encontros presenciais e o contato físico que aproxima. “Quem convive comigo aqui no IBGC sabe da minha felicidade em ver a casa cheia. Parabenizamos as comissões pelos esforços para tornar isso possível”.
Uma maratona de conhecimento
A programação reuniu 15 painéis com mais de 50 nomes de referência em governança corporativa no Brasil e no mundo. Todos os encontros tiveram transmissão on-line e espaço para perguntas dos participantes, associados e não associados do IBGC, ao longo do debate. No período da manhã, a programação tratou sobre a agenda contemporânea dos conselhos de administração; deveres fiduciários, inteligência artificial e responsabilidade dos administradores.
Alexandre Silva, presidente do conselho de administração da Embraer, compartilhou experiências na área de aviação e destacou o comportamento flexível como alavanca da atividade dos conselhos. “Cada organização tem seu propósito, seu modelo de negócio, então, os conselhos também serão diferentes. São pessoas com culturas diferentes e capacidade de negociação distintas. Até a forma como você se comporta em cada conselho é diferente”.
Quando o assunto foi investimentos na área de inteligência artificial, Carol Strobel, sócia-fundadora da Antler no Brasil e sócia operacional da Redpoint eventures, compartilhou critérios sob o olhar de investidora. “Eu como investidora, olho muito para as pessoas. Eu olho para resiliência, para execução consistente. Depois eu olho para o negócio em si. Vejo se existe um problema real e se ele está sendo resolvido de uma forma eficiente. Depois analiso se o mercado é grande o suficiente para eu ganhar bastante dinheiro”, contou.
No período da tarde, em um painel sobre ética e inteligência artificial, foi a vez de Dora Kaufman, professora doutora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da PUC (SP), refletir sobre como proteger a sociedade dos riscos da inteligência artificial. “Temos que ter medidas mais concretas neste assunto. Precisamos estabelecer um arcabouço regulatório, por exemplo. Se não, a autorregulação não funciona. Precisa ter o papel do estado”, disse a professora.
O futurista Roger Spitz, founder e CEO da Techistential apresentou uma série de provocações aos presentes sobre a complexidade que os aguarda no futuro. No painel "Vamos pensar juntos nos Futuros da Governança", Roger indagou: “A medida que as máquinas se tornam mais inteligentes e podem substituir habilidades humanas, quais são as expertises que vamos tentar alcançar já que tudo está conectado?”
Geovana Donella (Donella & Partners); José Luciano Penido e Luiz Gustavo Gouvea (Vale) falaram no painel “Por que investir em governance officer". Sobre essa função, Penido declarou: “Essa não é uma função que você trabalha 15 anos e para, por exemplo. É uma profissão que pode ter a longevidade que você quiser. Quanto mais experiente melhor”, compartilhou o presidente do conselho de administração da Vale.
O período teve ainda debates sobre empresas familiares, padronização e divulgação ESG e startups. “Tudo começa por governança. Não adianta inclusive fazer diversidade de fora pra dentro. Tem que ser de dentro primeiro, compartilhou Marcus Thieme diretor de relações com investidores/ESG na Caramuru Alimentos, no painel “Agenda Social dentro do ESG no Agronegócio”.
A jornada de conhecimento do Governança 360 se encerrou à noite depois dos painéis sobre
open strategy, governança corporativa em saúde e novas diretrizes COSO em riscos e sustentabilidade. Para conferir outros registros e relatos do evento, acompanhe as redes sociais do IBGC
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Foto: Regis Filho/IBGC