Às vésperas da realização do evento Conexão Governança Rio de Janeiro, o
Blog IBGC convidou Patrícia Garcia, coordenadora-geral do capítulo, para uma conversa em que ressalta o ecossistema de negócios local e seus desafios, além da programação do evento que ocorre no próximo dia 5 de junho.
Vale ressaltar que, em 2024, o Capítulo Rio de Janeiro completa 20 anos de existência, trabalhando pela governança do segundo maior estado do Brasil, em população, e com o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) do país. Acompanhe:
Blog IBGC: Quais os objetivos e destaques da programação do capítulo com o evento Conexão Governança Rio de Janeiro?
Patrícia Garcia: Para o Conexão Governança, nos inspiramos nas boas práticas de governança corporativa como alavanca para o desenvolvimento econômico do Rio de Janeiro. Buscamos promover painéis onde possamos discutir áreas e setores que são importantes para a economia do estado, como energia, transição energética e turismo de eventos, além de exemplos de empresas de controle, que são representativas em todo o país.
Todos nós da coordenação do capítulo estamos trabalhando com muita dedicação para realizar esse evento, e esperamos que todos os associados e não associados do IBGC gostem dos painéis que contarão com a participação de palestrantes da Dermage, Dream Factory, Grupo Globo, Eletrobras, EY, Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, Limppano e PwC.
Descreva o ecossistema de negócios do capítulo.
O Rio de Janeiro tem um ecossistema de negócios bem diversificado, com mais de dois milhões de empresas ativas (Datampe, Sebrae, março de 2024), de microempresas a multinacionais, empresas privadas e estatais. As principais indústrias são de óleo e gás, petroquímica, construção e serviços industriais de utilidade pública.
Além disso, de acordo com o Global StartUp Ecosystem Report 2023, o Rio é considerado o ecossistema emergente mais promissor para startups na América Latina - Edtechs (startups de educação) e as fintechs (startups de serviços financeiros) são as mais frequentes. E segundo a Rio Invest, o estado é responsável por um quinto da produção científica nacional. Em números de empregados, os setores que mais se destacam são Administração Pública, Defesa e Seguridade Social, Comércio Varejista e Educação.
Poderia fazer um breve relato sobre os 20 anos do capítulo que serão comemorados no mesmo evento?
O evento será nossa oportunidade para celebrarmos a dedicação e colaboração de todos os profissionais que atuaram e atuam como coordenadores e coordenadoras do Capítulo nesses últimos 20 anos, bem como todos os associados e parceiros. Hoje, o Rio de Janeiro é o capítulo com o maior número de associados e de conselheiros certificados, depois da sede, em São Paulo. A troca de conhecimento e experiências tem sido muito rica em todas as iniciativas promovidas pelo capítulo e é muito motivador saber que compartilhamos o mesmo propósito de promover a boa governança corporativa. E ficamos muito felizes em ver também uma cooperação cada vez maior entre as regionais e as diferentes equipes do IBGC.
Quais os desafios de governança na área de atuação do capítulo, para ampliar o seu alcance e a disseminação da boa governança?
Enfrentamos desafios que vou classificar como “internos” e “externos”. Internos seriam os relacionados à necessidade de conciliar as agendas, já que todos nós coordenadores fazemos o trabalho de forma voluntária, com nossos outros compromissos profissionais no dia a dia. Não é um obstáculo intransponível, mas exige flexibilidade, colaboração e a compreensão que nem todos poderão estar disponíveis o tempo todo.
Nossa regional é conduzida por: Joaquim Rocha, Leonardo Zylberman, Silvia Pereira e Tiana Santos, na coordenação; e Adriana Rocha, Carlos Alecrim, Carlos H. Rocha, Frances Vivian, John Auton, Ricardo Machado, Vanessa Pina, William Saab e Ylana Miller, na coordenação estendida.
Quanto ao ambiente externo, em algumas áreas e setores ainda é necessário trabalhar para desmistificar que governança é algo complexo e caro. Dessa forma, trabalhamos muito para promover as melhores práticas de governança corporativa de forma acessível, que podem e devem ser adotadas de acordo com o perfil da empresa e de suas necessidades.
Nossos objetivos para 2024 incluem expandir a base de associados pessoa jurídica em, pelo menos, 30%; além de engajarmos mais famílias empresárias. Também estamos trabalhando em envolver os associados em diferentes tipos de iniciativas, presenciais e virtuais, para que continuem vendo valor na associação ao IBGC.
Como a governança pode gerar valor para os associados e para o ecossistema de negócios da região?
Pode soar idealista o que vou falar, mas realmente acredito no propósito do IBGC em promover uma governança corporativa melhor para uma sociedade melhor. A boa governança é um dos pilares para a perenidade das empresas, ajudando-as a aprimorar continuamente seus processos de decisão; a integrar sustentabilidade à sua estratégia; a se relacionar com seus diferentes grupos de stakeholders; e a se tornarem mais efetivas e resilientes.
Parafraseando uma afirmação que ouvi de um colega há alguns anos, “a boa governança corporativa pode não dar 100% de garantia de sucesso para uma empresa; mas a má governança corporativa garantirá o seu fracasso”. E vou além: isso se aplica não só à governança corporativa, mas também à pública.