Por mais de 15 anos, Marcelo Hoffmann atuou como advogado das áreas societária e comercial, apoiando centenas de empresas de varejo e tecnologia de estágio inicial em projetos de acesso a novos ciclos de crescimento. Durante esta jornada, ele exerceu funções como advisor, conselheiro consultivo e conselheiro de administração em ciclos completos de estruturação organizacional, captação de investimentos e eventos de liquidez.

Como coordenador da Comissão de Startups e Scale-ups do IBGC desde março deste ano, Hoffmann ajudou a preparar um novo curso focado em agentes do ecossistema do empreendedorismo inovador de alto impacto, que pretendem construir um negócio escalável. Neste bate-papo, ele falou sobre a importância de governança corporativa para o universo das startups e o que esperar deste novo curso do IBGC dedicado ao tema. Acompanhe:

IBGC: Qual a função da governança em startups? Ela é mesmo necessária? Como?

Marcelo Hoffmann: A proposta de valor da governança corporativa no early stage evolui juntamente com amadurecimento das organizações. É possível afirmar que as principais contribuições da governança passam pela mitigação do risco de mortalidade, pelo melhor acesso a capital qualificado e, finalmente, pelo aumento da condição de liquidez dos ativos, nesta exata sequência. A governança corporativa é fundamental para empreendedores que ambicionam ter relevância de mercado algum dia. Ela pode e deve ser adotada de forma progressiva, em uma ordem de prioridade adequada que considere cada fase do processo evolutivo: ideação, validação, tração e escala.

O que o ecossistema de investimentos deste setor tem a ver com governança?

O venture capital no Brasil evoluiu muito nos últimos cinco anos e, em especial, nos últimos dois anos. O número de fundos aumentou significativamente e o volume de investimentos ganhou uma dimensão sem precedentes. Segundo a Crunchbase e a Associação de Investimento de Capital Privado na América Latina (LAVCA, na sigla em inglês), o volume de investimentos em venture capital no país partiu de R$ 35 milhões em 2010 para uma estimativa de mais de R$ 6 bilhões em 2019. Este maior volume de capital deriva de um maior número de investidores nos diversos estágios da cadeia de investimento. O aquecimento do ecossistema pela entrada de novos players e de fundos mais capitalizados atualmente se conecta com um ambiente macroeconômico bastante favorável à maior alocação em ativos de risco. O momento de liquidez dá forma a uma clara “esteira de investimentos”, a qual viabiliza o acesso ao capital em intervalos de tempo sequenciais, um efeito percebido no passado em ecossistemas que hoje são referência em venture capital.

O que esperar do curso Governança corporativa para startups do IBGC?

O curso tem como propósito fomentar um debate que propicie a construção de um ambiente saudável para o empreendedorismo, especialmente para aqueles negócios de base tecnológica com grande potencial de inovação e escala. É fundamental que os agentes de governança (founders, mentores, advisors, conselheiros) possam discutir e, com isto, se antecipar aos principais desafios do crescimento acelerado. O curso busca contextualizar esta discussão e apontar possíveis abordagens para os principais aspectos de governança corporativa típicos desta jornada empreendedora.

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O IBGC também realiza no dia 20 de novembro o lançamento regional da publicação Governança corporativa para startups & scales-ups no Paraná. Em evento gratuito, o coordenador geral do capítulo paranaense do IBGC André Caldeira receberá Alphonse Voigt, presidente e sócio-fundador do Ebanx, o mais novo unicórnio brasileiro e o primeiro da região Sul, e Bruno Dequech Ceschin, cofundador e presidente da Jupter. Participe!