Uma governança corporativa melhor para uma sociedade melhor

Em artigo, conselheiro de administração do IBGC detalha pilares fundamentais da governança corporativa

  • 17/09/2019
  • Autor Convidado
  • Artigo

Governança se aplica a qualquer tipo de organização, independentemente de seu porte ou natureza jurídica. Mais do que complexas estruturas e sistemas robustos de monitoramento, governança corporativa é, acima de tudo, um conceito básico de conversão de princípios em recomendações claras e objetivas. 

Nosso foco está no alinhamento de interesses de todos os stakeholders, com uma única finalidade: preservar e gerar valor nas companhias de maneira sustentável no longo prazo. Temos que perseguir valor para as nossas organizações e a consequência disso, em ato contínuo, é a geração de valor para toda a sociedade.

Governança é simples. Tudo o que se espera é que as relações se deem no âmbito do ganha-ganha, da reciprocidade. Coerência entre o pensar, falar e agir. A deliberação ética que parte das instâncias mais altas das companhias é o que consolida a identidade das organizações e tem reflexos sobre a sua cultura e finalmente a sua reputação.

Atualmente, vivemos a era da transparência, aliás, um dos pilares fundamentais da governança corporativa. Mesmo com ondas de fake news, stakeholders qualificados e a sociedade, cada vez mais, com o poder informativo em suas mãos. Hoje a informação está amplamente disponível. Com apenas dois ou três cliques temos acesso as verdadeiras histórias. 

Bem-vindos à era digital

Não podemos nos dar ao luxo de perdermos a credibilidade na cadeia de stakeholders. Reputação reduz custo de capital, reputação cria valor. Não há mais espaços para relações desequilibradas. Ganhos de uns em detrimento de outros. Se houver este desequilíbrio, o sistema não estará harmônico e haverá perda de valor para a organização e, no longo prazo, para todas partes interessadas.

Um sistema que se retroalimenta

Organizações sérias têm acionistas sérios, buscam clientes sérios, fornecedores sérios, colaboradores sérios e esperam viver em um ambiente sócio-cultural sério, com segurança e suporte de seus governos e bem-estar de sua sociedade. Toda a cadeia em uma mesma conduta ética. O famoso ganha-ganha. Ora, se pensarmos assim, se estamos buscando stakeholders altamente qualificados, como imaginar que estes agentes esperariam algo diferente de nós mesmos? Chegamos então em uma sociedade de stakeholders. Uma governança corporativa melhor para uma sociedade melhor. 

Sobre o autor

É conselheiro de administração do IBGC.

Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do IBGC.